Mercado de crédito de carbono poderá alterar a dinâmica do agronegócio

O comércio internacional tem sido afetado pelas mudanças climáticas. Nesse cenário, a agenda do clima está presente em diversas discussões e já impacta de forma direta e indireta as principais decisões e relações entre os países. O resultado é o estabelecimento de medidas que podem influenciar o comércio internacional e mudar a dinâmica do fluxo de produtos ao redor do mundo. E o mercado de crédito de carbono está no centro deste processo.

Somente o mercado voluntário, que não depende de legislação, movimentou cerca de US$ 2 bilhões em 2021, de acordo com uma estimativa da Ecosystem Marketplace. É quatro vezes o que havia sido registrado em 2020. Esse segmento pode alcançar US$ 50 bilhões até 2030, segundo a projeção da McKinsey.
O Brasil tem condições para participar ativamente desse mercado: a McKinsey estima que o País responde por 15% do potencial total de oferta de soluções baseadas na natureza, e que o agronegócio é o setor com melhores condições de gerar créditos de carbono a partir de ações de proteção de florestas nativas.

Compromisso da CNI
O setor privado brasileiro está comprometido com o desenvolvimento sustentável e a construção de uma agenda ampla de trabalho direcionada a uma economia de baixo carbono, como ficou claro com o acordo firmado entre a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira (CCAB). Durante a mais recente Conferencia das partes, a COP27, realizada em novembro no Egito, as entidades assinaram um termo de compromisso para construir uma agenda conjunta de trabalho em prol da COP28, que será realizada em Dubai, nos Emirados Árabes.
Para Robson Braga de Andrade, presidente da CNI, a estratégia nacional da entidade se apoia em quatro pilares: transição energética, mercado de carbono, economia circular e conservação florestal. “São estratégias para o Brasil aproveitar todas as suas vantagens e potencialidades”, explica.
“Isso inclui intensificar a adoção de fontes renováveis de energia e o reconhecimento da importância dos biocombustíveis; a adoção de um mercado de carbono baseado no sistema cap and trade; a circularidade, baseada principalmente na reciclagem e no uso eficiente dos recursos naturais para gerar modelos de negócios menos dependentes de matéria-prima virgem; e o fomento de cadeias produtivas a partir do uso sustentável da biodiversidade e das florestas, com ações mais efetivas de combate ao desmatamento ilegal e de controle das queimadas, sobretudo na Amazônia, além de fomento à bioeconomia”, acrescenta.

 

Fonte: Valor Globo

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